Conheça os Projetos que Poderiam Ter Mudado o Rosto de Brasília por R$ 1 Bilhão

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Brasília: Conheça as Propostas que Não Se Tornaram Realidade

À medida que se comemora o aniversário de 57 anos de Brasília, é interessante refletir sobre como a cidade poderia ter sido se o arquiteto Lucio Costa não tivesse vencido o concurso que determinou o conceito do Plano Piloto. Com 61 inscritos, o concurso foi um marco importante na história da cidade, e as propostas apresentadas pelos outros arquitetos são um testemunho da criatividade e da inovação da época.

As “Brasílias Alternativas”

Um livro intitulado “Projetos para Brasília 1927-1957”, do professor e arquiteto Jeferson Tavares, reúne as propostas que não se tornaram realidade. Com sete anos de pesquisa, Tavares visitou mais de 80 arquivos e compilou as ideias ousadas dos arquitetos que participaram do concurso. Dessas propostas, destacam-se prédios de 100 andares, esteiras rolantes permeando o Planalto Central e até a existência de um universo paralelo subterrâneo.

O Segundo Colocado

O projeto que ficou em segundo lugar, dos arquitetos Boruch Milmann, João Henrique Rocha e Ney Fontes Gonçalves, propunha uma cidade mais “rígida”, com um centro administrativo totalmente fechado. As cidades-satélites, dispostas de forma linear, teriam a função de acomodar a população e as atividades excedentes. No núcleo, apenas a parte administrativa; o restante, na periferia.

Conceitos Inusitados

Outro projeto que não chegou a ser finalista, mas trouxe conceitos inusitados, é o do arquiteto Edgar Rocha Souza e do agrônomo Raul da Silva Vieitas. Eles idealizaram uma cidade com vida subterrânea, onde funcionariam os bastidores da capital federal. Por exemplo, das 5h às 8h, passariam pelos túneis comidas e bebidas para cantinas. Das 8h às 18h, trafegariam as correspondências do serviço público, embarcando em metrôs no subsolo.

Mobilidade

No quesito mobilidade, o plano dos irmãos Marcelo e Maurício Roberto foi o mais curioso. Eles tinham intenção de criar sete unidades urbanas para abrigar 72 mil pessoas e um órgão do governo em cada uma. “É abolida a ideia de automóvel como forma de circulação cotidiana do cidadão. Fica destinado, apenas, a passeios e à circulação de grandes distâncias. As vias hierarquizadas são destinadas aos transportes de cargas e manutenção, somente.”

Cidade Vertical

Com ele, acabou empatada também a concepção de cidade vertical do arquiteto Rino Levi. O objetivo era de colocar a população de Brasília em megaprédios de 300 metros de altura. Na teoria, eles funcionariam como cidades independentes. Na prática, no entanto, se tornariam quase inviáveis por exigir tecnologia de ponta para dar conta dos 100 andares.

Semelhanças

Apesar das diferenças, os projetos têm, sim, características comuns, afirma o professor Jeferson Tavares. Mesmo sem haver uma determinação para isso, a maior parte das ideias usava estruturas em forma de cruz – que, ao contrário do que muitos pensam, não foi um conceito que nasceu de Lucio Costa.

A Pesquisa

O professor Jeferson Tavares resolveu seguir no tema desde a graduação, na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. Na época, a ideia partiu do orientador dele. Ele persistiu no assunto durante o mestrado, chegando a publicar o livro da dissertação em 2014.

Com sete anos de pesquisa, Tavares visitou mais de 80 arquivos e compilou as ideias ousadas dos arquitetos que participaram do concurso. Dessas propostas, destacam-se prédios de 100 andares, esteiras rolantes permeando o Planalto Central e até a existência de um universo paralelo subterrâneo.

Fonte: (g1/Brasília)

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